Nomofobia: como fugir dela?

Nomofobia: como fugir dela?

“A bateria do seu celular está acabando.” Se ler esta frase te causou algum desconforto, pode ser sinal de que você esteja sofrendo de Nomofobia.

Que os smartphones invadiram a nossa vida isto não é novidade. Mas, você sabia que, o medo de ficar desconectado pode indicar doença? Nomofobia é o nome dado à sensação de medo ou agonia que uma pessoa pode sentir ao perceber-se incomunicável por aparelho celular ou computador. O nome vem do inglês no-mobile fobia, caracterizado pelo medo de ficar sem o celular. A tecnologia de forma bem utilizada é importante, e de modo particular, os smartphones tem provocado ou ao menos favorecido grandes mudanças na sociedade. Porém, toda desordem nos leva a algum tipo de doença. E no caso do abuso do uso do celular pode levar à Nomofobia.

Sintomas

Mesmo que de forma sutil, a Nomofobia apresenta sintomas. O maior deles é a ansiedade. Pessoas dependentes do smartphone podem apresentar ansiedade caso fique distante dele ou esteja desconectada. A simples mensagem de que a bateria está acabando pode causar pavor. Outro sintoma comum é a incapacidade de deixar o celular em momentos inadequados para seu uso como ao tomar a refeição ou ir ao banheiro. Algumas pessoas podem sentir também “Vibrações fantasma”: sentem o telefone vibrar ou tocar sem que isto tenha realmente ocorrido. Em certos casos, mais associadas a pessoas introspectivas, podem preferir falar assuntos importantes pelo celular do que pessoalmente. Na igreja não é diferente: quantas pessoas não conseguem se desconectar do celular para falar com Deus, utilizam o celular frequentemente durante a Santa Missa.

Cada um destes sintomas isoladamente não necessariamente indica dependência do smartphone, mas, ao avaliar o conjunto e a frequência com que ocorrem, podem acender um sinal de alerta: será que estou ficando dependente do meu aparelho celular?

Possíveis causas

As causas podem ser as mais variadas. Curtidas, compartilhamentos e visualizações em uma postagem ativam a área de recompensa do cérebro, gerando uma sensação de prazer. Buscar isto repetidas vezes, pode gerar dependência. Isto está diretamente ligado com carências afetivas, que são anestesiadas com a sensação de prazer que o feedback nas publicações gera. Desta maneira, quanto mais carente a pessoa se sente, mais buscará satisfazer sua carência através de publicações nas redes sociais.

Outro fator relevante é a dificuldade que algumas pessoas podem apresentar de relacionarem com o mundo real. Neste aspecto, o smartphone vem atingir em cheio esta dificuldade, pois a pessoa encontra coragem para dizer determinadas coisas via chat, por exemplo, que não teria coragem de dizê-lo pessoalmente. O mundo virtual surge como um alívio ou fuga, para quem não encontrou forças para encarar problemas reais. Embora o meio virtual possa ajudar em diversas circunstâncias, esconder-se no meio virtual pode atrasar a vida afetiva, profissional e até conjugal de uma pessoa.

Pesquisa realizada em 2012 pela Qualcomm em parceria com a revista Time, apresenta números alarmantes. Dos cinco mil participantes, 79% disseram que se sentem mal sem o telefone. No Brasil, 58% afirmaram que usam o celular a cada 30 minutos e 35% a cada dez minutos. É fato que temos buscado cada dia mais soluções tecnológicas para nosso cotidiano, de uma receita culinária ao entretenimento, das compras ao trabalho. Porém, todas estas situações podem ser uma desculpa para esconder a dependência do smartphone.

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Consequências

Toda doença gera consequências e no caso da Nomofobia não é diferente. Crises de abstinência podem ser sentidas, dependendo do grau de dependência da pessoa, quando se vê em uma situação de desconexão ou impossibilidade de utilizar o aparelho. O excesso do uso do celular pode gerar também alienação, uma vez que se limita a visão de mundo à escolhas segundo o próprio gosto, vivendo em uma “bolha social”. Outra grave consequência é o vazio existencial, visto que, ao tornar o uso do smartphone como meta, objetivo de vida, será incapaz de se realizar como pessoa, já que a vida é muito maior e mais completa que simplesmente utilizar o celular.

Cinco dicas para fugir da Nomofobia

Em maior ou menor grau, todos nós que utilizamos as novas tecnologias e, de forma especial, os que trabalham com ela correm o risco de apresentar dependência. Deixo aqui cinco dicas para fugir da Nomofobia.

1ª: Silenciar o celular durante as refeições: Este é um momento sagrado de partilhar a vida, reunir a família. Não podemos deixar que as notificações do celular atrapalhem a fraternidade na família. Mesmo almoçando com os amigos, no trabalho, é importante viver de forma saudável as refeições. Concentre-se nas pessoas que estão próximas de você!

2ª: Não utilizar o celular ao volante: Nem precisaria falar, mas é bom deixar claro que, além de dar multa, utilizar o celular enquanto dirige pode causar acidentes, inclusive fatais. Além disso, revela ansiedade daquele que não consegue desligar do aparelho sequer ao volante.

3ª: Estabelecer horários e limites de uso do celular: Equilíbrio é a palavra chave. Para evitar a dependência, é preciso de disciplina. Isto vale para os adultos, e, de forma particular, para as crianças.

4ª: Colocar o celular no modo avião antes de dormir: evite ficar conferindo notificações antes de dormir. Ao invés disso, esteja em sintonia com o Criador. Vá orar!

5ª: Priorizar as conversas presenciais: Não utilizar o celular enquanto fala com uma pessoa. Além de desagradável e deselegante, não permite aprofundar as relações e, pouco a pouco, afeta a afetividade da pessoa, gerando dificuldade em se relacionar.

Tratamento

Casos crônicos necessitam de auxilio profissional adequado, no caso da Nomofobia, o psicólogo. Se você conhece alguém que apresenta dependência grave do smartphone, ou talvez seja você mesmo, não hesite em procurar ajuda profissional.

E você, percebeu-se um pouco Nomofóbico? Que Deus te dê a graça da virtude da temperança.

Paulo Franco Machado

Fiel Oblato na Comunidade Coração Fiel

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