Passos para se destruir uma sociedade

Em tempo de guerra, vence quem tem a melhor estratégia. O ataque mais bem-sucedido acontece quando o adversário não se dá conta do perigo. Aliás, o gosto da vitória é mais requintado quando o inimigo bebe o veneno misturado no vinho. Se alguém quisesse acabar com a soberania de um povo, de um país, talvez a estratégia de destruição incluísse os pontos a seguir:

  1. Vendar as consciências. Os meios de comunicação ensinem que a felicidade perfeita só pode acontecer aqui e agora, assim todos buscarão a própria felicidade – a qualquer custo – pois o que conta é ‘gozar a vida’. E o frenesi por saciar as próprias carências sufocará a capacidade crítica, a necessidade de lutar pela verdade verdadeira e pelas coisas que promovam e salvem a vida. A lei do menor esforço suplantará a lei do sacrifício justo.
  2. Enfraquecer a autoridade. Dissemine-se a desconfiança geral nos mandatários, elegendo arbitrariamente pessoas desonestas ou de má fama publicamente conhecida. Desta forma, além de dar poder a quem não tem poder sobre si mesmo, seus atos acabariam por legitimar o ilegítimo e proibir o que é vital para o bem público. A autoridade dos pais sobre os filhos seja limitada, vigiada e dissolvida. Os criminosos presos sejam protegidos pelas grades e a sociedade fora das grades se sinta ‘ameaçada’.
  3. Inverter os valores: o imoral seja moral; o que é moral seja crime, ter fé seja cafona; fidelidade seja ‘noção subjetiva’. Egoísmo seja chamado de ‘auto-estima’, Vaidade se chame ‘amor próprio’, Libertinagem seja chamada de ‘liberdade’, Prostituição seja ‘meio de subsistência’, Desvio sexual seja ‘opção livre’, demência seja modernismo. Inicie-se tal doutrinamento o quanto antes: na escola mesmo.
  4. Dessacralizar a vida. Gerar filhos seja considerado como uma ‘produção em série’: o desejo de ‘ter’ filhos justifique a manipulação genética (mesmo à custa da morte de embriões) e a seleção genética não seja reconhecida como uma nova forma de descriminalização social. Permitam-se às mães matar seus próprios filhos (indesejados), inclusive antes de nascidos. Assim a noção de família e o respeito pelo próprio sangue darão início à corrosão dos valores de raça, nação e humanidade. Quem se opuser seja tachado de anti-progressista.
  5. Legalizar a anarquia. Criem-se leis que possam confundir os conceitos até então conhecidos. A liberdade religiosa seja considerada ideologia pró-terrorismo (mesmo o terrorismo emocional). A concepção de ‘direito humano’ proteja apenas o instinto (do prazer, do ter, do poder), e todo aquele que opinar em contrário seja preso ou multado.
  6. Sufocar o transcendente. Deus seja banido lentamente, até que – pelo excesso de necessidades criadas no âmbito material – ele seja considerado inútil, desnecessário, antiquado. Ou então busquem a Deus apenas para fazê-lo ‘servo dos homens’, para doar o que os homens pedem e condenado se não obedecê-los. Implante-se uma visão distorcida do sobrenatural.
  7. Criminalizar a Igreja Católica: única sobrevivente milenar dos desmandos dos homens. Exponham-se os pecados dos padres e escondam-se suas virtudes. Se é pedófilo, seja dito com o título: ‘padre católico’. Se é assassinada no Amazonas por causa social, seja chamada apenas de ‘missionária’ (e não de freira católica).

Jesus nunca se dobrou diante das pressões políticas de seu tempo. A força política e religiosa de seu tempo o matou e sepultou. Mas a Força Soberana do Pai o Ressuscitou no 3º dia. Prova de que os poderosos deste mundo têm poder limitado. “Não admires os ricos e poderosos, são semelhantes ao gado gordo que se abate!” (Cf. Sl 48). O Cristão consciente e o Patriota lúcido concordam que as imortais palavras do Livro Sagrado urgem escuta em nossos dias: “a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a Palavra da vida!” (Fl. 2,15s). Eis aqui a estratégia antídoto para os pontos que citei acima.

Seu irmão,

Pe Delton Filho

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